Como se preparar para as viagens dos sonhos na aposentadoria

Aonde a aposentadoria levará você? Se você for como a maioria das pessoas, está sonhando com grandes viagens pela Europa, safáris na África ou até mesmo a Antártica

13/10/2014 – Valor Econômico

Por Beth Pinsker | Da Reuters, de Nova York

Aonde a aposentadoria levará você? Se você for como a maioria das pessoas, está sonhando com grandes viagens pela Europa, safáris na África ou até mesmo a Antártica. Mas mesmo você achando que tem um orçamento generoso para essas viagens, poderá se deparar com a dura realidade ao ter uma ideia exata dos custos. Um casal que separa US$ 10 mil por ano para viajar poderá ser capaz de realizar apenas uma grande viagem por ano, com talvez alguma sobra para outros passeios menores.

O que o casal de americanos Patrick O'Brien, 71, e sua esposa Bobbie, 68, constatou é que você não pode ir longe demais nesse aspecto. Portanto, o que eles têm feito é uma combinação de redução de suas expectativas e aumento do orçamento. Eles eliminaram a Austrália de sua lista, mas ao longo dos anos já fizeram cerca de dez viagens em grupo, incluindo duas semanas no Alasca este ano. Eis os custos que você terá com as três viagens mais populares entre os aposentados americanos:

Uma grande excursão pela Europa

Qual é a popularidade das grandes viagens pela Europa entre os aposentados? Considere isso: a Viking River Cruises (www.vikingrivercruises.com/ ), uma das maiores operadoras de cruzeiros fluviais do mundo, vai transportar mais de 250 mil passageiros em 2014, com a idade média de 55 anos, sendo que 75% deles farão uma de suas excursões fluviais pela Europa. A maioria desses passageiros navegará de Amsterdã até Budapeste, ou parte desse percurso.

Custo: Uma cabine com sacada e de nível intermediário para um cruzeiro de oito dias pelo rio Reno na primavera sai por cerca de US$ 8.000 o casal, sem incluir os preços das passagens aéreas, que podem custar US$ 600 por cabeça com partida de Nova York. Excursões e refeições estão incluídas, mas não as gorjetas.

Dica de orçamento: os cruzeiros em baixa temporada são sempre mais baratos, mas o diretor de marketing da Viking, Richard Marnell, diz que, nessa rota, os eventos especiais de Natal são uma grande atração. "Você pode sentir a vibração, a energia - eles são fantásticos", diz Marnell.

A Grande Muralha da China

A viagem de aposentadoria dos sonhos de Thelma Tiambeng-Bright era conhecer a China, um feito que ela conseguiu no ano passado em uma excursão pela YMT Vacations (ymtvacations.com). Essa professora aposentada de 70 anos, que vive em Duncanville, Texas, tomou um voo até a Califórnia para se juntar ao grupo, que então voou para Pequim. De lá, ela visitou o Exército de Terracota, cruzou o rio Yang-Tsé, conheceu a Grande Muralha e depois Xangai.

Custo: A viagem de 12 dias de Telma custou cerca de US$ 4 mil, incluindo a passagem aérea. No momento, a taxa com desconto para casais é de US$ 2.400, com US$ 1.500 para a passagem aérea a partir de Dallas.

Dica de orçamento: Viaje com um amigo ou amiga, se puder. Telma diz que paga entre US$ 600 a US$ 800 a mais em cada viagem que faz sozinha.

Ilhas Galápagos

Para Patrick e Bobbie O'Brien, a viagem dos sonhas da aposentadoria era conhecer a extraordinária vida selvagem das Ilhas Galápagos, na costa do Equador. Eles fizeram uma viagem de 11 dias com a Road Scholar (www.roadscholar.org/ ), anteriormente conhecida como Elderhostel, um popular grupo sem fins lucrativos que planeja viagens educacionais para idosos.

Importante para o orçamento dos dois foi o fato de a viagem incluir tudo. "Queríamos saber o quanto iríamos gastar, e a melhor parte foi que não haveria custos extras - você não precisa se preocupar com as gorjetas ou passeios adicionais", diz Bobbie O'Brien.

Custo: US$ 8.000 para o casal, sem incluir a passagem aérea para Quito, que custa US$ 1.700.

Dica de orçamento: Quando você quiser fazer aquela grande viagem, prepare e mande ver, sugere Peg Walter, uma aposentada de 70 anos de Nova York. "Eu me assusto quando vejo o preço, porque você paga pela coisa toda de uma vez só", diz ela. Mas quando chega o momento da viagem, ela pode relaxar porque não há extras envolvidos na maior parte das viagens que faz.

"Eu as chamo de viagens 'SKI' - Spend the Kid's Inheritance [Gaste a Herança dos Filhos, numa tradução literal]", brinca Peg Walter. "Não somos ricos, mas nossa filosofia é tentar usar o dinheiro que temos de maneira sábia, para que possamos ter boas lembranças." (Tradução de Mario Zamarian)