PIB deve ter retração de 3,88%

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A meta para este ano é fazer com que a inflação fique em 4,5% ou, no máximo, dentro da margem de tolerância de 2 pontos percentuais, ou seja, 6,5%. A ideia do Banco Central era ter feito um aperto dos juros no início do ano, mas desistiu depois da avaliação de que a recessão mundial seria maior que a esperada.

Amanhã, o Comitê de Política Monetária ( Copom) poderá dar sinais de qual seria o tempo ideal para que os novos diretores do BC iniciem os cortes de juros. A projeção é de manutenção da Selic nos atuais 14,25% nesta reunião.

Pelo desenho atual feito pelos economistas, não há espaço no curto prazo para outra política que não seja manter os juros ou cortá- los. Isso porque a inflação brasileira é atualmente de custos ( pesados reajustes da tarifa de luz e dos insumos importados, após a forte desvalorização do real no ano passado, por exemplo) e não de demanda ( quando o consumo do brasileiro pesa mais).

- Em condições normais da economia, os juros teriam de subir por causa da inflação alta, mas estamos num ambiente político instável - disse o economistachefe da Austin Ratings, Alex Agostini, que espera queda de juros em dois ou três meses.

Para o analista, que já defendeu elevações no passado para conter a escalada dos preços, não é o momento para falar em aumentar a Selic em busca de reaver a credibilidade da instituição: - Qual credibilidade? Acho que já perdeu há muito tempo.

A aposta do mercado é de uma mudança de tom, amanhã, dos dois diretores que divergiram nas últimas reuniões do Copom e votaram pela subida dos juros. A expectativa é que o discurso de ambos, que defendiam alta dos juros, migrem para a estabilidade.

- Acho que, agora, a decisão deve voltar a ser unânime - previu André Perfeito, economista- chefe da corretora Gradual, que espera queda dos juros em outubro, ou seja, só quando o processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff for concluído.

Pelo Focus, para 2017, a projeção para a inflação passou de 5,93% para 5,80%. A meta também é de 4,5%, mas há uma margem menor de tolerância, de apenas 1,5 ponto percentual.

Isso é reflexo de previsões para o desempenho do Produto Interno Bruto ( PIB) piores. De acordo com o relatório Focus, a economia deve recuar este ano 3,88% - a 14 ª revisão para baixo seguida. Já para 2017, houve elevação de 0,1 ponto percentual na previsão de crescimento da economia, que deve registrar uma leve expansão de 0,30%. (GABRIELA VALENTE - O Globo)